O rompimento político entre o ex-governador José Reinaldo Tavares (sem partido) e o governador Flávio Dino (PC do B) tem outros ingredientes que podem se transformar em um estrago catastrófico no projeto de reeleição do comunista.
Mais do que um ato de traição, no qual criador [Zé Reinaldo] foi preterido pela criatura [Dino], possíveis desdobramentos políticos colocaram no campo da areia movediça a larga vantagem alardeada por Flávio e seus aliados, através de pesquisas contratadas por veículos de comunicação ou gente ligada ao governo, que aponta vitória do atual chefe do Palácio dos Leões no primeiro turno em outubro.
Ao contrário do que vinha se imaginando, o atual deputado federal tem força e prestígio para retirar o DEM, partido ao qual sua filiação está marcada para acontecer no dia 10 de março, da base de sustentação do comunista.
Prova disso é que setores da imprensa nacional já noticiam a possível junção de Geraldo Alckmin (PSDB), governador de São Paulo, e ACM Neto, prefeito de Salvador e candidato favorito para assumir o comando nacional do Democratas, numa chapa como candidatos a presidente e vice-presidente do Brasil, respectivamente.
Em se concretizando esta articulação, a determinação de rompimento com o PC do B no Maranhão viria de cima, de Brasília, enterrando os planos de Flávio Dino, que está de olho, tão somente, no tempo de TV do DEM.
Conseguindo tomar o partido, Zé Reinaldo abre um leque de negociações até então improváveis.
Uma delas seria filiar ao Democratas o deputado estadual Eduardo Braide (PMN), que aparece bem colocado, em terceiro lugar, em todas as pesquisas de intenção de voto divulgadas até o momento para o governo do Maranhão.
Braide, inclusive, já anunciou oficialmente apoio à pré-candidatura ao Senado de José Reinaldo, afirmando que, caso deseje, o ex-governador será o primeiro nome, a prioridade, na chapa senatorial que estará atrelada ao seu projeto de vencer o pleito.
Zé Reinaldo pode – e deve – negociar com outros agentes políticos e partidos, como o senador Roberto Rocha, presidente regional do PSDB e pré-candidato ao governo.
Siglas ligadas ao grupo Sarney e que deverão apoiar o projeto nacional da direita de vencer as eleições presidenciais também podem aderir a este esta nova frente que se viabiliza através do rompimento do ex-governador com Flávio Dino.
Zé Reinaldo sustenta a sua pré-candidatura ao Senado no apoio do chamado movimento municipalista, formado por prefeitos e prefeitas e que é liderado pelo presidente da Federação dos Municípios do Estado do Maranhão, Cleomar Tema.
O anúncio de rompimento do criador com a criatura deve ter efeito dominó no seio deste movimento, onde gestores municipais podem criar coragem e, a exemplo de Zé Reinaldo, não mais se submeter as ordens e caprichos políticos de Dino e do seu núcleo mais próximo.
É aguardar e conferir.
Pingback: Waldir Maranhão ensaia rompimento com Flávio Dino - Blog do Gláucio Ericeira
Pingback: Jogada errada de Dino afasta aliados e infla nome de Eduardo Braide - Blog do Gláucio Ericeira