Faltando pouco mais de quatro meses para arrumar as malas e deixar o Palácio dos Leões, de onde exerceu dois mandatos consecutivos sem conseguir cumprir promessas feitas quando instituiu a República do Maranhão, como retirar o Estado da extrema pobreza, o governador Flávio Dino (PSB) pode cometer um erro político grotesco que resultará na implosão da sua base de apoio, contribuindo, ainda, para colocar na corda bamba o seu projeto de eleger-se senador, em 2022.
O ex-comunista reunirá o seu grupo político, formado também por presidentes de 12 partidos, na próxima segunda-feira (29), a partir das 17h.
Na ocasião, discutirá prioritariamente a escolha do candidato que irá sucede-lo.
É possível que Dino fale menos e ouça mais. E que deixe para o fim de janeiro a batida de martelo sobre o assunto.
No entanto, também é perfeitamente cabível que o governador decline o nome de sua preferência.
Caso o escolhido seja o vice-governador Carlos Brandão (PSDB), Dino cometerá um erro gigante que esfacelará seu grupo.
Brandão não lidera nenhuma das pesquisas de intenção de voto divulgadas até o momento.
Insosso e apoiado por um núcleo composto por agentes arcaicos, não reúne em torno de si maior quantidade de apoios políticos e partidários.
É certo de que dirigentes de várias legendas não acompanhem a escolha do governador, caso opte pelo seu vice.
E o farão justamente pelo fato da chamada Carta Compromisso ter sido jogada no lixo por quem a criou.
O recado, vale destacar, já foi dado à Flávio Dino. Esta semana, ele tentou cooptar, sem sucesso, a senadora Eliziane Gama (Cidadania) e o presidente da Assembleia Legislativa, deputado Othelino Neto (PC do B), ambos aliados do senador Weverton Rocha (PDT), pré-candidato governista que preenche todos os requisitos estabelecidos.
Caso rache a sua base, Dino terá que fazer esforço hercúleo para eleger-se senador.
Em uma ponta, aparece o senador Roberto Rocha, que deve ingressar no PL, do deputado federal Josimar de Maranhãozinho, pré-candidato ao Governo e desafeto do socialista.
No ninho liberal, RR encontrará refúgio perfeito e com estrutura política necessária para tentar a reeleição.
Tudo dependerá da decisão de Flávio Dino.