Flávio Dino diz que governador de Minas Gerais tenta vestir roupa de Bolsonaro

Os atos de vandalismo praticados por apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), no último dia 08, em Brasília, continuam colocando o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino (PSB), em posição de confronto com políticos do campo da direita.

O senador eleito pelo Maranhão em entrevista a TV Fórum, ontem, rebateu críticas recentes feitas a ele pelo governador Romeu Zema (Novo), de Minas Gerais.

Zema afirmou que Dino, na condição de ministro, fez “vista grossa” em relação aos atos que acabaram com a depredação do Congresso, Palácio do Planalto e do prédio do Supremo Tribunal Federal.

A justificativa do governador é a mesma de outros políticos direitinhas, como os deputados federais Ubiratan Sanderson (PL-RG) e Nikolas Ferreira (PL-MG), além do senador Marcos Do Val (Podemos-ES): de que o maranhense, 24 horas antes do atentado, recebeu informações da inteligência da Polícia Federal e da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) apontando que os eventos de vandalismo poderia ocorrer.

“Me espanta que o governador Zema tente vestir a roupa do Bolsonaro. Não cabe nele… É preciso que ele tenha algum amigo sincero que diga a ele… Primeiro porque Minas Gerais é a terra de Tiradentes, de Tancredo Neves, é a terra da democracia… Então não é possível que um governador de modo vil se alinhe à extrema direita para proteger terrorista”, disparou Flávio Dino.

Para Dino, “fica feio” porque Zema foi um dos governadores presentes na reunião com Lula depois dos ataques terroristas. “E por que que não falou? Por que ele não perguntou a mim, que estava lá? Por que não perguntou ao presidente da República, que estava lá? Seria mais decente do que falar posteriormente”, seguiu.

“Um apelo que eu faço ao governador: num momento grave é preciso ter ponderação. Imagine se alguém tivesse dito no dia seguinte à tragédia de Brumadinho que ele sabia e deixou acontecer para poder ganhar dinheiro? Como ele se sentiria? Isso parece aquela história do estupro, que uma mulher é estuprada e ao mesmo tempo é acusada de ser a culpada porque estava de vestido curto… Nós não somos agentes do que aconteceu. Nós somos vítimas… Não é vitimização, nós somos vítimas”, finalizou o ministro.

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