O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino deixou mais cedo a audiência pública realizada pela Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado na Câmara dos Deputados, nesta terça-feira (11/4). Ele foi acompanhado por Ricardo Capelli, secretário executivo da pasta, e Tadeu Alencar, secretário de Segurança Pública.
Parlamentares de oposição tentaram reverter o cenário da reunião com Dino na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), na sessão de 28/3, quando foram desmentidos sobre processos jurídicos e outras questões. A avidez para questionar Flávio Dino, porém, tumultuou a sessão, marcada por gritarias, acusações de ofensas e ameaças e pedidos de ordem.
“Sou um defensor do Parlamento e por isso lamento que os deputados da extrema direita não tenham o comportamento adequado para o debate de nível, como queremos fazer. A presença de alguns deputados, marcada por ameaças de agressões físicas, instalou um tumulto. Retornarei quantas vezes for necessário, obviamente, para debate adequado e não esse tipo de agressões que se estabeleceu aqui”, disse Flávio Dino
Após longo período em silêncio, Flávio Dino afirmou a Ubiratan Sanderson (PL-RS), presidente da comissão, que deixaria a audiência pública caso a confusão seguisse. Foi depois que uma gritaria generalizada tomou conta do ambiente, após o deputado Gervásio Maia (PSB-PB) acusar Carla Zambelli (PL-SP) de mandar um colega “tomar no c*”. Antes, Orlando Silva (PCdoB-SP) solicitou a gravação dos microfones para aferimento da fala da deputada.
Após diversas intervenções e confusões por causa de provocações feitas entre parlamentares, inclusive com o resgate do xingamento “chupetinha” contra Nikolas Ferreira (PL-MG) por parte de colegas, a situação ficou insustentável durante uma discussão de Gilvan da Federal (PL-ES) e Dimas Gadelha (PT-RJ). O petista acusa o colega de tê-lo ameaçado fisicamente.
“O deputado disse que ‘lá fora, vou ver se você é valentão’. Isso é, flagrantemente, uma ameaça de agressão física, é inadmissível. O debate mais acalorado está dentro da regra, mas esse tipo de agressão, interromper a fala do convidado e falas dessa natureza são agressões que precisam ser apuradas. Acho que cabe sim Conselho de Ética. Mas se ele for me encontrar na rua, como ameaçou?”, disse Dimas
Em paralelo, houve também acusação de xenofobia. O deputado Duarte Júnior (PSB-MA) acusou o cabo Gilberto Silva (PL-PB) de ofendê-lo, depreciando o Maranhão. O deputado Rodolfo Nogueira (PL-MS), em mais de uma oportunidade, gritou “expulsa o Maranhão”, irritando um grupo de parlamentares.
O deputado Zé Trovão (PL-SC) chegou no meio da audiência e tentou conter uma discussão de Duarte com outros deputados. Enquanto tentava apaziguar os colegas, ouviu um “não me toque” do maranhense e também se irritou com ele, iniciando nova confusão.