“Nunca passei por uma situação delicada como essa”, diz Stenio Rezende ao comentar rompimento com Juscelino

O médico e ex-deputado estadual por cinco mandatos, Stenio Rezende, manifestou-se sobre a decisão do seu sobrinho, o deputado federal licenciado e ministro das Comunicações, Juscelino Filho, de não apoiar sua pré-candidatura a prefeito de Vitorino Freire.

Reportagem da Folha de São Paulo revelou que Juscelino deu de ombros para o tio para apoiar Ademar Magalhães, conhecido como Fogoió e ex-assessor parlamentar do ministro, para o comando da Prefeitura, que é gerida por sua irmã, Luanna Rezende, reeleita em 2020.

Juscelino e Luanna foram alvos recentes da operação Benesse, da Polícia Federal – reveja, reveja e reveja.

Irmão de Juscelino Rezende, pai do ministro, Stenio, ao ser questionado sobre o fato pela reportagem, cravou: “Nos meus 30 anos de experiência política, nunca passei por uma situação delicada como essa. Embora tenha o respaldo de 12 dos meus 13 irmãos, recebi —com surpresa— a notícia sobre a decisão, por parte dos meus sobrinhos [prefeita Luana e o ministro Juscelino Filho], de indicar o seu funcionário Fogoió como candidato à sucessão municipal em Vitorino Freire”.

Ele completou afirmando que conseguiu “compreender” a escolha, “sobretudo em razão da forma ditatorial decidida na indicação”.

Stenio é esposo da deputada estadual Andreia Rezende.

Ademar Magalhães é pai da advogada Anne Jakelyne Magalhães. Ela foi sócia até 2018 da Arco Construções, empresa que a Polícia Federal diz pertencer a Juscelino e ter sido usada para desviar recursos de emendas parlamentares. Ele nega.

Magalhães e sua esposa, Suedemir de Jesus, além de Anne Jakelyne, trabalharam no gabinete de Juscelino na Câmara dos Deputados.

O possível candidato a prefeito de Vitorino Freire também teve cargo de motorista na prefeitura local. Desde junho de 2023, Magalhães é secretário de Infraestrutura e Logística do município.

Em nota, o Ministério das Comunicações do governo Lula disse que “não se manifestará sobre questões afetas às eleições de 2024”. A pasta não respondeu aos questionamentos sobre as suspeitas da PF e disse que os advogados de Juscelino já haviam se manifestado.

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