Imprensa nacional continua repercutindo caso do “Carro do Milhão”

A descoberta de um veículo Renault Clio – de cor vermelha, placa NXH5E16 e ano 2011 – com R$ 1.109.000,00 em seu porta-malas, no último dia 30, na Rua das Andirobas, no bairro Jardim Renascença, em São Luís, continua repercutindo junto à imprensa nacional.

Neste último domingo (4), o Jornal O Estado de São Paulo tratou do assunto em reportagem, cujo título foi: “Carro abandonado com R$ 1 milhão no porta-malas mobiliza polícia e afeta eleição em São Luís”.

O texto faz referência não apenas ao achado inusitado, mas também sobre a relação que o prefeito Eduardo Braide (PSD), candidato a reeleição, e sua família possuem com o caso.

“A relação com a política municipal ganhou destaque depois que foram identificados o motorista, o homem que se apresentou como dono do carro e uma antiga proprietária do veículo. A polícia registrou que o motorista que levou o carro até o local em que permaneceu estacionado é Guilherme Ferreira Teixeira, um ex-assessor especial da Secretaria de Governo de São Luís. Ele ocupou o cargo até fevereiro de 2023. Além disso, o homem que se apresentou aos policiais como dono do veículo é Carlos Augusto Diniz da Costa. Ele tinha um cargo comissionado na Secretaria Municipal de Informação e Tecnologia da prefeitura de São Luís. Costa foi exonerado depois da repercussão do caso, no dia 31”, diz um dos trechos da reportagem.

A mais recente descoberta sobre o episódio diz respeito a uma cunhada de Eduardo Braide e do seu irmão, o deputado estadual Fernando Braide (PSD).

O automóvel, de acordo com o apurado, ficou estacionado em frente a um estabelecimento comercial pertencente a médica Clarice Sereno Loiola Braide, esposa do também médico Antônio Salim Braide, outro irmão do prefeito e do parlamentar.

Na Rua das Andirobas reside Eline Loiola, sogra de Antônio Braide.

A vertente mais forte trabalhada pela Polícia Civil, de acordo com o delegado Augusto Barros, da Superintendência Estadual de Investigação Criminal (SEIC), é de que o dinheiro tenha relação com política, eventualmente com o atual momento eleitoral, eventualmente com a realização de serviços públicos.

No momento do achado do veículo, quando Policiais Militares realizaram abordagem, quem se apresentou no local como proprietário do mesmo foi Carlos Augusto Diniz da Costa, conhecido por Malaquias.

Ele trabalhou como adesivador na campanha de Braide, em 2020, e foi nomeado em cargo comissionado na Secretaria Municipal de Informação e Tecnologia (SEMIT) no dia 1º de janeiro do ano seguinte, quando o já prefeito empossado assumiu definitivamente o cargo.

Carlos Augusto foi exonerado da função horas depois de comparecer à SEIC e, orientado por advogados, negar-se a prestar maiores esclarecimentos sobre o assunto.

Imagens do circuito de segurança de prédios e residências mostraram um homem estacionando o Renault Clio na Rua das Andirobas e depois entrando em um Honda Fit, placa NHJ8667 e de cor preta, registrado no nome de Antônia Maria Martins Braide, mãe de Eduardo Braide e que faleceu em 2010.

Trata-se de Guilherme Ferreira Teixeira, que foi secretário parlamentar de Eduardo Braide, quando este cumpriu o mandato de deputado federal, e que exerceu cargos comissionados na Prefeitura de São Luís e no gabinete do deputado estadual Fernando Braide (PSD), outro irmão do prefeito.

Guilherme Bucho, apelido pelo qual o homem é conhecido, foi exonerado da função na Assembleia Legislativa por determinação do deputado Soldado Leite, que está no lugar de Fernando.

“A linha mais forte que aparece em todos os informes que chegam à Polícia Civil do Estado do Maranhão são de que esse dinheiro, sim, teria relação com política. Eventualmente momento eleitoral, eventualmente conectados com a realização de serviços públicos”, disse Barros.

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