A senadora Eliziane Gama, do Maranhão, trabalha mirando em um único objetivo: cacifar-se politicamente para que tenha a robustez necessária para pleitear uma reeleição, em 2026, dentro do campo ao qual ela pertence, comandado pelo governador Carlos Brandão (PSB).
A evangélica participa de uma disputa interna promovida pelo seu partido, o PSD, no intuito de ser alçada à condição de candidata a presidente do Senado, para o biênio 2025/26, cuja eleição será realizada em fevereiro.
Chegar ao comando da Câmara Alta, para Eliziane, é muito mais do que fazer história.
Trata-se de sobrevivência política para não ser descartada, daqui a pouco mais de dois anos, e ser obrigada a concorrer a outro cargo que, ao que tudo indica, deverá ser proporcional.
Para a parlamentar, não interessa outra função na próxima Mesa Diretora do Senado.
Somente a presidência poderá lhe dar o alicerce necessário para sentar à mesa de negociações e falar alto, pleiteando, desta forma, a renovação do mandato em um ano no qual estarão em jogo sua vaga e a do senador Weverton Rocha (Rocha), ambos eleitos em 2018 na chapa do então governador Flávio Dino, hoje ministro do Supremo Tribunal Federal (STF).
Eliziane, em julho, licenciou-se do mandato para assumir a Secretaria Estadual Extraordinária da Juventude (reveja), cargo do qual já foi exonerada (reveja).
O movimento foi um gesto singelo feito por Brandão para que ela, na verdade, tivesse mais tempo para viajar pelo país em busca de apoios para sua empreitada juntamente com a senadora Soraya Vieira Thronicke (Podemos – MS), que também tenta estabelecer-se como candidata a presidência.
Ocorre que a situação de Eliziane não é nada animadora.
Seu colega, Davi Alcolumbre (União Brasil – AP), lidera, com folga, as articulações para novamente ser eleito presidente, contando, inclusive, com os apoios do atual presidente, Rodrigo Pacheco, do PSD da maranhense; de Weverton e da senadora Ana Paula Lobato (PDT), que substituiu Dino no Senado, por exemplo.
Eliziane movimenta-se de todas as formas buscando alcançar sua meta, chegando a flertar com lideranças do grupo Sarney as quais ela sempre criticou em um passado recente.
Ela sabe que, somente neste cenário, poderá pleitear a reeleição.
É a sua tábua de salvação.
Caso contrário, terá que concorrer ao cargo de deputada federal ou descer do planalto para planície.