Passada a eleição histórica da Mesa Diretora da Assembleia Legislativa, na qual a deputada Iracema Vale (PSB) foi reeleita para mais um biênio, após empatar em dois turnos com o deputado Othelino Neto (SDD), sangrando-se vencedora pelo critério da idade e ratificando que o seu êxito foi resultado do prestígio que a mesma detém perante seus pares, o Governo está debruçado no trabalho de readequar sua engenharia política para 2026, quando ocorrerá a sucessão do governador Carlos Brandão (PSB).
A armadilha já revelada pelo editor do Blog que foi organizada por Othelino e aliados para obter vitória e, desta forma, emparedar Brandão, tirando-lhe a estabilidade para conduzir o processo (reveja, reveja e reveja), deixou sequelas, acendendo o sinal amarelo no sentido de que, faz-se necessário, a partir de agora, remontar relações políticas e repensar estratégias para um pleito no qual também estarão em jogo duas vagas para o Senado.
Os 20 parlamentares que votaram no ex-presidente, é claro, não irão desembarcar de imediato em um campo oposicionista, oferecendo dificuldades ao Palácio dos Leões no plenário Nagib Haickel em busca de colher facilidades.
O próprio Governo não irá penalizar todos os infiéis com uma sentença única direcionada para forca.
O momento, agora, é de calma, cautela.
Exige-se frieza para calcular os novos passos que serão dados.
O Palácio trabalhará para deter maioria folgada objetivando ter aprovadas matérias de seu interesse no Legislativo.
Alguns, é óbvio, terão que ser penalizados.
Mas este tipo de consequência, imagina-se, já era um cenário provável na cabeça dos deputados e deputadas que prometeram apoio a Iracema e votaram em Othelino.
Muita coisa está em jogo.
Interesses de ambos os lados, denominados de brandonistas e dinistas.
Há possibilidade de entendimento, perguntaria o leitor?
Claro que há.
Assim como também existe o cenário no qual a guerra poderá chegar a níveis até então inimagináveis.
Os próximos passos de ambos os campos ditarão o ritmo e mostrarão como será esta costura.