A arapuca na qual se meteu Esmênia Miranda

Seja por erro do PSD; má fé do grupo do qual faz parte; ou descuido da própria ex-PM, vice-prefeita de São Luís, mesmo obtendo vitória na Justiça para candidatar-se a reeleição, irá gerar instabilidade jurídica, o que pode lhe escantear da chapa que será encabeçada novamente por Eduardo Braide.

A vice-prefeita de São Luís, Esmênia Miranda, meteu-se em uma arapuca extremamente complicada e que pode resultar no seu escanteamento, por parte do grupo do prefeito Eduardo Braide, para concorrer ao mesmo cargo no pleito de outubro.

Na condição de cabo da Polícia Militar do Maranhão, ela formou chapa com Braide, à época filiado ao Podemos, que disputou e venceu a eleição de 2020 no segundo turno.

Naquela ocasião, Esmênia, como estava na ativa da PM, não precisava estar filiada a partido político, apesar de ostentar, falsamente, integrar os quadros do PSD, agremiação a qual Braide está filiado hoje.

Passada a diplomação, ainda em 2020, e o início do mandato, a partir do ano seguinte, a vice-prefeita, que chegou a exercer o cargo de secretária municipal de Educação, manteve-se sem registro de filiação partidária, de acordo com o próprio TRE/MA, situação que é exigida, de acordo com as regras eleitorais, para que ela pudesse concorrer novamente ao mesmo cargo ou à Câmara Municipal este ano.

Braide, nesta última terça-feira, revelou que Esmênia seria novamente sua companheira de chapa.

“Esmênia novamente. Correta, leal e deixou uma carreira na PM por acreditar no projeto”, disse o prefeito ao radialista Jorge Aragão.

No entanto, horas depois, descobriu-se que a vice havia ingressado com pedido na Justiça Eleitoral solicitando filiação retroativa ao PSD, alegando que o partido foi “negligente em não observar a necessidade de filiar a Requerente em suas fileiras desde o dia 17 de dezembro de 2020, data da sua diplomação, ou seja, quando passou automaticamente para a inatividade do serviço militar”, segundo revelou o Atual7.

Ou seja, ela atestou não fazer parte dos quadros do PSD ou de qualquer outra legenda do arco de alianças do Palácio de La Ravardière faltando pouco mais de dois meses para a eleição – o prazo para filiação findou-se em 06 de abril.

Mesmo obtendo vitória em relação ao seu pedido de filiação retroativa – ela já detém deferimento por parte do Ministério Público Eleitoral – Esmênia Miranda gerará instabilidade jurídica na chapa que será homologada nesta quinta-feira (25) durante convenção na Assembleia Legislativa.

Um cenário que, fatalmente, será questionado na Justiça por outros candidatos e partidos adversários antes, durante e depois do resultado das urnas.

E é justamente por existir esta instabilidade que a atual vice-prefeita pode ser substituída por outro nome, uma vez que Eduardo Braide não é adepto de se colocar em posição de correr risco.

Um nó difícil de desatar, convenhamos. Ou não…

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