Um debate sem vencedores e perdedores

O debate promovido pela TV Mirante entre os oito candidatos a prefeito de São Luís, na noite desta última quinta-feira (3), cumpriu seu papel jornalístico de informar e de promover cidadania.

No entanto, na avaliação do editor do Blog, é quase nulo seu poder de influenciar na decisão do eleitor que já decidiu em quem irá votar, no domingo (6), para comandar o Palácio de La Ravardière pelos próximos quatro anos, deixando margem aberta para surtir efeito somente naqueles que, porventura, ainda estejam indecisos.

Não houveram perdedores e nem ganhadores. Dentro daquilo que se propuseram a apresentar de propostas e sobre táticas para contrapor adversários, todos tiveram seus acertos e erros.

O prefeito Eduardo Braide (PSD), como já era esperado, foi alvo da metralhadora giratória dos outros sete concorrentes.

Afinal, foi a primeira vez nesta campanha que ele se propôs a participar de um debate.

Uns utilizaram poder de fogo mais pesado e outros menos.

Braide foi confrontado sobre promessas não cumpridas; caos nos sistemas de saúde e de transporte público; gastos duvidosos e sem licitação; precariedade na área educacional; falta de mobilidade urbana nos bairros; além de terem sido citados casos que sugerem cenários de corrupção em seu governo, como o “Carro do Milhão” e a contratação da Pré-Escola Juju e Cacaia Tu És uma Bênção.

O prefeito até soube se esquivar utilizando retórica já treinada e tentando passar a imagem de bom moço.

Mais em algumas oportunidades falhou e não conseguiu transparecer segurança, como foi o caso no qual tratou de uma obra na Cidade Olímpica na qual gaguejou para explica-la.

Seu principal oponente, Duarte Júnior (PSB), saiu-se bem.

Desmentiu Braide em alguns temas, como quando foi acusado, sem provas, de tentar prejudicar alunos da rede municipal com a retirada da merenda.

Duarte confrontou Braide o chamando de “pai da mentira”, uma referência as citadas falsas promessas feitas pelo prefeito.

E conseguiu apresentar suas propostas para vários setores.

Yglésio Moyses (PRTB) utilizou um posicionamento mais ameno, longe daquele personagem agressivo e direitista ao extremo.

Atestou que é o candidato do campo da direita, apoiado por Bolsonaro, afirmando que aqueles direitistas que permanecerem votando em Braide estarão optando por um projeto que não deu certo para São Luís.

Contrapôs o prefeito e outros candidatos com números estatísticos de algumas áreas e também conseguiu apresentar razoavelmente o que pensa para a cidade.

Franklin Douglas (PSOL) trouxe para análise o fato de Duarte ser apoiado pelo Governo e de Braide possuir no seu arco de alianças partidos alinhados ao Palácio dos Leões, avaliando que ambos os projetos já são viáveis.

Foi o primeiro a tratar do plesbicito sobre o passe livre estudantil, tema pouco ou nada explorado pelos demais.

Também teve boa participação, assim como Flávia Alves (SDD), que apresentou parte do seu plano de governo e criticou educadamente, sempre que pôde, seus adversários.

Fábio Câmara (PDT) e Wellington do Curso (Novo) utilizaram retóricas mais maçantes; não foram totalmente claros na apresentação de seus compromissos; dificultando o entendimento dos mais leigos que estava assistindo ou ouvindo o evento.

Miraram como alvos Braide e Duarte.

Seus desempenhos merecem nota abaixo de sete.

Saulo Arcangeli (PSTU) seguiu com o discurso já conhecido, contra privatizações e poder total estatal.

Não apresentou nenhuma novidade, além do fato de aproveitar algumas oportunidades para tecer críticas mais direcionadas ao atual prefeito.

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